sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Incertezas

Não sou uma das pessoas mais diretas do mundo. Cresci com sério problema na hora de tomar minhas próprias decisões, e essa dificuldade já começou a se mostrar algo que vai me atrapalhar DEMAIS na nova vida em São Paulo, a começar pela matrícula da pós-graduação.

Em meio a tantas incertezas, não fiz o pagamento do boleto que garantiria minha vaga no curso. Voltei pra casa, pra conversar com meus pais, crente de que poderíamos achar alguma outra alternativa, ou pelo menos conversar de outro modo. Bem, a merda já começou aí: em vez de "tudo bem, agora você faz a PUC", o tom da conversa foi mais pra "PORRA, TE MATRICULA LOGO NA QUE SOBROU, IMBECIL!" do que qualquer outra coisa. E claro que isso não foi nada legal.

Bem, o boleto venceu. Pra retirar outro, eu teria que mandar uma procuração pra minha tia. E assim que eu terminei de enviar, liguei pra PUC só pra confirmar isso... E minha vaga tinha sido cancelada.

Foi uma senhora frustração ouvir da coitada da atendente que eu ia ter que dar início a outro procedimento de matrícula completo, incluindo pagar mais um Sedex pra enviar tudo pelo correio. E o pior, toda a culpa desses erros e entabua cai em cima de mim, que fui "fraca" demais pra tomar a decisão que eles consideram certa. Sim, a vida a partir de agora insiste que eu seja uma pessoa perfeita, sem erros, sempre na certeza de tudo, fazendo tudo direito pra agradar a tia que com tanto carinho vai me hospedar e garantir minha permanência pelo máximo de tempo possível em São Paulo.

Pra completar, ainda não arrumei emprego. Nem uma entrevista sequer. Tô pensando em jogar meu nome nesses sites de emprego por aí, pra ver no que dá. Mas eu tenho que confessar que essa sucessão de fracassos anda me deixando meio "hikkimori", com vontade de me isolar do mundo e não ter que encarar mais ninguém. Ando um tanto cansada de ser cobrada por coisas que às vezes nem são minha responsabilidade, sabe?

Bom, nem tudo é ruim afinal. Tenho aproveitado o tempo em Belém pra matar a saudade dos meus amigos e parentes e ficar com eles enquanto posso. O Raul e eu batemos umas fotos anteontem, quando fui buscar meu óculos na casa dele. Odiei um monte delas, minha cara ficou super esquisita, mas acabei salvando mesmo assim, por serem lembranças nossas...

Também tem sido reconfortante conversar com amigos que se formaram junto comigo e que estão lutando pra encaminhar suas vidas, assim como eu. Gente como o Marcelo, que agora vai fazer mestrado na UFPA, o Rafael (Brazeiro) que alugou um apartamento com o Alexander (Black) e Tá só esperando o início das aulas na Unicamp, o Rodolfo que agora foi contratado pelo NUTEIA, e até meus best friends da faculdade, Lene, Dodô e Roberto, que agora se juntaram pra montar uma empresa de jogos...

Tem muito mais gente que eu poderia citar aqui, gente até que não mora tão pertinho assim, como a Momo que Tá lutando pra abrir a empresa dela também. Aliás, falando nela, ela até se ofereceu pra fazer a matrícula pra mim... Só de pensar no tanto de dinheiro que ela gastaria indo e voltando de Piracicaba pra resolver as coisas pra mim eu quase tenho um ataque de bolsite.

Bom, acho que eu não posso desanimar agora... E quando mais eu escrevo mais gente batalhadora me vem à cabeça... Lucas (Mitraud), Rubens, Ronedo, acho que até a Solange entra nessa conta!

É, acho que o jeito é ignorar essas coisas por enquanto e correr atrás, mesmo. E bora ver no que dá...

Ps: De tanto tentar resolver as broncas deles, eu até decorei o telefone da PUC.


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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Nem tudo são flores.

Imagine uma pessoa que quer ter tudo na vida. Tudo. Seja lá o que for, ela quer. Bem, eu não sou uma dessas pessoas, mas você oode ter certeza absoluta de que essa pessoa com certeza vai acabar achando o que procura em São Paulo. Não, não estou puxando o saco da cidade, e olha que vivo falando dela; é simplesmente uma realidade, uma coisa que acontece.

Escrevo tudo isso no intervalo da janta, com um olho no iPad e outro no fogão, onde o pão de queijo assa pra comermos todos juntos mais tarde, minha tia, o namorado dela, o Pedro e eu. E enquanto isso, o Pedro configura o pc da mãe dele pra acessar uma videoconferência direto da cidade das mangueiras.

Esses dias em São Paulo foram poucos pra tudo que eu quero fazer, mas tenho feito um monte de coisas legais, tanto pra mim quanto pra todo mundo que está ao meu redor. *pausa pra olhar o forno* Aliás, cozinhar é uma delas. Ontem fiz um bolo, especialmente em homenagem à Momo, porque eu tinha vagamente prometido que ia cozinhar alguma coisa pra ela um dia. E o dia acabou sendo ontem... O bolo não saio um daqueles bolinhos lindos da Tudo Bolo, mas até que ficou bom pra quem nunca tentou fazer tudo sozinha, estava com falta de ingredientes e ainda teve que bater tudo na mão.

Falando em Momo, passear com ela hoje foi muito bom. Eu tinha quase esquecido de como nos divergimos juntas, não só com ela, mas com o Hitori, Davkas e o Ed também... Claro que o Pedro foi junto, ele me odiaria pra sempre se eu não levasse ele pra curtir com o pessoal. Minha afinidade com o pessoal daqui, especialmente a Momo, é algo que faz todo mundo se perguntar se realmente é tão impossível assim conhecer pessoas de longe e ainda assim ter bons laços de amizade.

Mas, como diz o título do meu artigo, nem tudo são flores. Estar em Sao Paulo me fez perceber que ando com uma saudade terrível dos meus pais, uma saudade de um jeito que nunca senti antes por mais ninguém, e se duvidar que nunca sequer senti por eles mesmo antes. Já estive longe algumas vezes, mas estar aqui agora me faz lembrar sempre que isso é como se fosse um ensaio para a vinda total, onde vou passar um ano e meio, e ainda não sei bem como vai ser, mas sinto muita falta deles...

Tem gente que vai achar estranho o que eu digo aqui, mas sinto falta das brigas e dos desentendimentos de todo dia. Não que o Pedro e a Vera não discutam, mas é diferente....

*uma leve revirada dos pães de queijo depois...*

Sinto falta da intimidade que tenho em casa. Sinto falta de almoçar a comida da minha avó, de ficar ouvindo as piadas meio sem graças do vovô, de ouvir a mamãe gritando porque Tá estressada com alguém... Sei lá. Sabe aquela história de "a gente só dá valor quando perde"? Pois é. Vai ver é assim mesmo...

Sei que passar todo esse tempo longe, tendo ainda menos notícias que agora (quando começarem as aulas vou chegar muito tarde e vai ficar mais complicado de se achar), vai ser bem difícil de se acostumar, mas eu tô torcendo pra que essa fase de adaptação passe logo. Quero muito fazer minha pós em paz, e quero que esse seja um excelente primeiro passo pra minha carreira profissional... Mas que esse passo Tá sendo bem difícil, Ah, isso Tá...

Resolvi seguir um conselho de um tempão atrás, quando o Padre disse pra eu participar mais da comunidade. Me ofereci pra dar aula de inglês na igreja aqui do bairro... Sem falar que tenho ajudado a Vera em algumas coisas. Ainda não consegui estabilidade o bastante pra providenciar a bateria e o francês, mas aos poucos vou arrumando tudo por aqui.

E assim termina mais um dia longe de casa...


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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vida nova em São Paulo, parte 1 de 9999.


Depois da formatura, vim pra casa da minha tia em Sampa.

A vida em São Paulo consegue ter um ritmo completamente diferente de qualquer coisa que você pode imaginar na sua vida. Acho que nem Nova York consegue ter tanta loucura num lugar só. São Paulo concentra um quê de misturas tão diversas, mas em vez de virar um samba do crioulo doido, as pessoas se acostumam aquilo e incorporam tudo à sua rotina.

Pra começar, o ritmo aqui é outro. Como vou fazer pós-graduação, vou ter que estudar de noite. Por um lado, é divertido ver a cidade e o movimento dela depois das 9h da noite. Por outro, por ter mais gente, a proporção de riscos também aumenta, tem mais bandido, mais trombadinha, mais gente querendo passar a perna nos outros...

E por falar em ritmo, tô levando tempo até demais pra me acostumar. Dormir cedo, acordar mais cedo ainda, se adaptar ao horário de verão... tudo isso tem sido um pouco complicado. Apesar de não ter perdido nenhum horário até agora (graças a Deus x_x), me dá sono nas piores horas, e quando deito pra dormir sempre acho que tá muito cedo e acabo rolando mais de uma hora na cama.

Minha alimentação também anda uma bagunça total. Minha tia, que é profissional de saúde, anda meio escandalizada por eu não comer coisas saudáveis, e tem me cobrado mais coisas nesse sentido. Bem, eu comi uma maçã ontem... mas o negócio verde e fedido que serviram no almoço (lembrei o nome: escarola!) quase me fez largar todo o prato. Bem... acho que a mudança tem que ser meio paulatina ^^’

Vou tentar aproveitar o resto do dia pra fazer pequenas coisas que preciso fazer, como resolver sobre a matrícula da faculdade, terminar de escrever pelo menos mais um capítulo da RM, lavar o cabelo (o banheiro é racionado aqui, e tem tempo de banho x_x), botar os aparelhos pra carregar, essas coisas... sem falar que de tarde vou sair pra procurar escolas de bateria. E assim, aos poucos, vou arrumando minha vida por aqui...

Ah, por sinal, a coisa que eu mais sinto falta (fora pais, família, amigos, etc) é meu urso de pelúcia T_T Mas pensando bem, acho que o Faísca, todo pulguento do jeito que ele tá, não ia dar certo com o David...
 

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